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             Uma deusa grega que se lembram de ouvir falar nos tempos longínquos dos bancos de escola em que estudavam o mínimo possível de mitologia grega… Mais um nome solenemente honrado no Juramento de Hipócrates no início tão ansiado da nossa carreira médica… Ou simplesmente algo que não te diz absolutamente nada… até a TFMUC ter revolucionado por completo toda e qualquer lembrança que tal referência te podia trazer! São 3 dias, anualmente, no início de cada Primavera, que a nossa tuna te traz o melhor festival em que alguma vez participarás: convívio, folia, modinhas, muita diversão e o nosso tão conhecido e incomparável bar aberto, non stop, de 6ª a domingo… o Panaceia é, sem sombra de dúvida, a cura para todos os males!

                E o importante da festa, e pelas quais trabalhámos arduamente para que nada dê errado, são mesmo as tunas, dos quatro cantos do país (e até além fronteiras!), com os seus costumes, espírito e musicalidade que nos brindam nestes dias com a sua presença. Quatro tunas a concurso, femininas está claro (não fôssemos nós todas meninas nesta lides musicais estudantis), habitualmente de diversas terras lusitanas, pois o nosso objectivo é sempre trazer a Coimbra diferentes costumes e pessoas, mostrando-lhes a elas um pouco do que melhor conhecemos e retiramos desta tão mítica e intemporal cidade dos estudantes!

                Tudo começa na noite de 6ªfeira, a nossa noite de Serenatas que se prolonga pela madrugada dentro, à boa maneira Coimbrã: as meninas acabadas de chegar das suas cidades universitárias, cheias de vontade de encantar quem as aqui espera ansiosamente, fazem ecoar as suas delicadas vozes na atmosfera envolvente e característica do Colégio de São Jerónimo, que tão bem nos tem recebido ao longo destes anos. Quando tal chega ao fim, está muito longe ainda do recolher obrigatório, aliás é aí mesmo o início da festa e do convívio inter-tunas; separadas em diversos grupos constituídos por elementos de todas as 4 tunas a concurso, tão bem acompanhadas pelos nossos TMUCos, TAFFUCos e Málagos, bem como outros grupos convidados. O ponto de encontro e convívio final, com as bicas a jorrar os infinitos finos que todos anseiam e onde a música e muita animação são o mote da noite (e madrugada…).

                E como futuras médicas que somos, e tanta importância damos ao bem-estar das nossas convidadas, fazemos jus ao famoso ditado de deitar “cedo” e cedo erguer dá saúde e faz crescer, e sábado ao fim da manhã já todos estamos de novo reunidos para o início de mais um dia (e que dia!) de festival. Almoço passado, é tempo de organizar as tropas e encaminhá-las para o soundcheck e o nosso característico Passa-Calles: incentivando a constante animação e cantoria pelas ruas que percorremos, fazendo-as esquecer que não é só um prémio que aqui está em jogo mas sim o elevar da nossa tradição e garra estudantis, damos a conhecer, agora de dia, mais algumas importantes referências da nossa cidade (desde bares a monumentos). Neste ambiente de festa se passa a tarde, com os nervos a apertar por fazerem boa figura e deixarem a sua marca em Coimbra, se aproxima o jantar, e com ele pequenos grupos se vão juntando – dão-se os últimos retoques daqueles saltos de pandeireta, do esvoaçar de bandeiras, do trinar de bandolins ou dos acordes de guitarra… não fosse o palco do TAGV um teatro de renome a nível nacional e palco de tantos outros importantes eventos e festivais académicos, abarcando assim a responsabilidade de cada uma dar o melhor de si nessa noite.

                O público vai chegando, a nossa família e amigos nos esperam, entusiasmados pelo espectáculo de todas as tunas presentes, ansiosos para nos dar finalmente aquele beijinho de boa sorte, depois de várias semanas a abdicar da nossa habitual presença (por estarmos há já algum tempo mergulhadas no espírito da organização do Panaceia), mas ainda mais orgulhosos por saber que é o sacrifício que vai valer muito a pena nas horas que se seguem. Horas de incontáveis músicas e gargalhadas com que as tunas nos brindam será o serão que aguarda qualquer pessoa que tenha a única oportunidade de estar sentada naquela plateia. E tuna a seguir a tuna enche aquele espaço de boa música, muita alegria, e de toda a vontade de levar consigo para casa o maior número possível de prémios que consigam arrecadar; afinal ninguém quer sair de cá de mãos vazias e estão a concurso os prémios de Melhor Serenata, Melhor Passa-Calles, Prémio Diana Morena, Melhor Pandeireta, Melhor Original, Melhor Instrumental, Melhor Solista, Tuna Mais Tuna e Melhor Tuna. Contudo, e como não podia deixar de ser, antes mesmo de levar ao delírio a tuna que se consagrará vencedora no seu conjunto (ou tunantes que arrecadem um prémio numa categoria mais individual), aumentamos o suspense, porque é chegada a nossa vez de deixar tudo em palco: é a nossa vez de cantar e encantar naquela que nos é tão especial, é a nossa vez de dar, ano após ano, a melhor das melhores actuações das nossas vidas, os melhores minutos das nossas vidas, o culminar de todo o trabalho de meses, de burocracias da organização, mas principalmente de todo o esforço para apresentar ao nosso querido e estimado público (essencialmente às nossas famílias que de tão longe muitas vezes vêm) a melhor qualidade musical (direcção artística e instrumentos melódicos que dão o litro para que nenhuma nota ou acorde saia ao lado) e visual (bandeiras e pandeiretas que se desdobram em mil ensaios para que novas coreografias e passos sejam apresentados), e levar ao rubro todos os presentes com o nosso tão característico, inigualável e inabalável espírito de TFMUC. Assim, entre aplausos que nos enchem o coração e nos motivam a cada música e gritos sedentos pelo “bar aberto pago pela TFMUC”, encerramos o TAGV e damos início ao melhor convívio pós-espectáculo, fazendo jus à fama de boas-vivãs e boémias que nos persegue (e que de tanto nos orgulhamos!). Convívio esse que fecha as portas quando o sol de Domingo já paira no ar…

                Mas como a vida são dois dias mas o Panaceia são três, o fim da manhã/início da tarde de Domingo, com as poucas horas de sono que a louca madrugada anterior nos permite ter, é o nosso último dia de festival; desenganem-se aqueles que acham que já ninguém tem forças, ou voz, ou vontade, ou disposição (ou fígado!) para aguentar mais um dia, pois aqui parar é morrer e ninguém fica para trás. Despedimo-nos das nossas queridas tunas, agradecendo da melhor maneira pela sua presença na nossa Coimbra, com um almoço mais uma vez regado com o néctar dos anjos, esperando reencontrá-las em breve, pois, verdade seja dita, após partilha de momentos tão inesquecíveis como estes que vivemos, todos queremos repetir a dose!

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